O espaldão, termo utilizado para descrever o anteparo de uma trincheira ou fortificação, é um raro exemplar de arquitectura militar, em vias de classificação pelo IPPAR. A fortificação está, hoje em dia, bastante degradada pela erosão e pelo trânsito dos motoqueiros que têm utilizado aqueles terrenos como zona de treino. O espaldão está praticamente reduzido a vestígios de pequenos muros edificados em granito e trincheiras de terra compactada.
http://www.ippar.pt/pls/dippar/pat_pesq_detalhe?code_pass=73561
Está documentado, na área da Ervilha, o achado de utensílios líticos pré-históricos e, segundo a tradição, terá existido neste local um castro pré-romano, embora não existam estudos científicos que o comprovem.
O espaldão foi construído, no século XIX, pelas tropas miguelistas de forma a poder albergar a artilharia que iria servir para abrir fogo sobre os liberais, durante o Cerco do Porto que teve início no dia 8 de Julho de 1832, quando D. Pedro desembarcou em Pampelido para tomar a cidade e que terminou com a vitória dos liberais.
Foi considerado um forte inexpugnável, sendo palco de muitos e violentos combates, mas acabou por ser ocupado a 24 de Janeiro de 1833, pelas tropas liberais comandadas pelo general Jean-Baptiste Solignac.
Em 2005, um projecto de loteamento urbanístico entre a Rua de Fez e a Rua Dr. Afonso Baldaia, na zona da Ervilha, implicou a avaliação prévia do potencial arqueológico do local, tendo sido escavadas 31 sondagens, abrangendo uma superfície na ordem dos 156 m2.
Nestas intervenções foi revelado espólio diverso, bem como os restos de uma plataforma em pedra usada para assentar uma peça de artilharia, o que constitui um dos poucos vestígios arquitectónicos do Cerco do Porto. Estas estruturas não correm riscos decorrentes da execução do projecto urbanístico das imediações
in Portvs - Boletim de Arqueologia Portuense, Porto, CMP, Pelouro da Cultura, Gabinete de Arqueologia Urbana, n.º 9, Dezembro 2005, pp. 6-7.
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